Existe uma expressão artística, nesse pedaço de terra enorme chamado Brasil, que sublima toda a tristeza e que uma colonização exploratória, substitutiva, ainda hoje procura invisibilizar, sem conhecê-la nem saber onde apreciá-la: a arte plumária dos povos indígenas no Brasil. Ela é bela, complexa, colorida, explosiva, tocante, cheia de significados, códigos, histórias, poesia e vida. Em todo canto, ela se expressou e se expressa desde que essa terra teve pássaros, gente e imaginário. Essa arte, que não iremos enfeitar com o deselegante oxímoro de “etnográfica”, tem autoria dos Aparai e Wayana do Rio Paru d’Este e da Terra Tumucumaque (AP, PA), Araweté da Terra Igarapé Ipixuna (PA), se estende por mais outras mais de 30 etnias no Brasil, com a curadoria de Fernand Alphen, que é formado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV e graduado em história pela USP. É publicitário de profissão. Já publicou uma compilação de artigos, “Hermes - Deus da cibercoisa” e uma coleção de contos, “Histórias pra ex-crianças”, além de artigos em diversas publicações. Seu interesse na causa indígena e sua arte é talvez tenha começado por influência de seu pai, um francês destemido, próximo dos irmãos Villas-Bôas, que tentou ficar rico na Amazônia na década de 60 e que tinha grande simpatia pelos amigos das comunidades indígenas.