Com certeza, a beleza desempenha um papel em nossas relações com os outros. É delicado abordar esse tema. Aquele que aceita a aventura corre o risco de ser acusado de racismo, pelo simples fato de revelar as consequências de uma desigualdade fundamental. No entanto, poderia ocorrer que, no fundamento das sociedades humanas, imponha-se a necessidade de regular nossas reações emocionais (medo, raiva, desgosto, alegria) a fim de que cada um, para além do desejo, encontre seu lugar na sociedade. Pierre-Joseph Laurent explica que a beleza, tanto nas sociedades consuetudinárias como nas sociedades modernas, estabelece uma hierarquia entre as pessoas que deve ser controlada para permitir a vida coletiva. Este livro descreve as instituições que regulam a beleza, seja no dormitório misto dos Muria, no matrimônio, pela cirurgia plástica ou pela incorporação virtual de um avatar em um jogo na internet, por exemplo. No término de um percurso inédito, o autor retoma os traços da identidade humana sobre a base de uma articulação completamente assumida entre a antropologia sociocultural e a teoria de evolução, no cenário de uma antropologia fundamental em consonância com os avanços disciplinares e interdisciplinares mais recentes.