Superar as brutais desigualdades e romper com a dependência externa é, e continuará a ser por muito tempo, uma tarefa de todos os que desejam uma América Latina mais justa e autônoma. A nova geopolítica mundial, com seus traços de multipolaridade e de rivalidade bipolar entre Estados Unidos e China, apenas reforça essa necessidade.
Nestes dois volumes, Celso Amorim utilizou como eixo da narrativa anotações feitas à época de acontecimentos relevantes, complementando-as com referências a documentos oficiais e informações de outras fontes para tratar das relações do Brasil com seus vizinhos.
Em Laços de confiança: o Brasil na América do Sul, o autor relata suas experiências como ministro das Relações Exteriores no trato das relações do Brasil com seus vizinhos da América do Sul. Focaliza aspectos sutis, frequentemente despercebidos, de relacionamentos tradicionais com países como Argentina, Uruguai e Paraguai, e fatos históricos, como a criação da Unasul, a questão do Gasoduto com a Bolívia e o ataque da Colômbia às FARC no Equador.
Em Laços de confiança II: o Brasil e a outra América Latina, Amorim abre seus registros de conversas com personagens da América Latina, como Raúl Castro, e eventos importantes, como a eleição de René Préval e a posterior atuação da Minustah no Haiti, a crise em Honduras, entre tantos outros fatos que marcaram as relações do Brasil com os países da América Central e do Caribe.
Essas duas obras constituem testemunho único de um importante personagem da dinâmica política sul-americana da primeira década do milênio. Reconstituir laços de confiança é um dos principais desafios de uma política externa que defenda os interesses nacionais sem abandonar a solidariedade e o respeito por nossos vizinhos.