Ouvimos que as crianças são espertas, pois aprendem desde pequenas a mexerem nos smartphones, ou seja, sabem como ligar, tirar fotos e ver vídeos na internet. Elas escolhem diferentes conteúdos on-line, inclusive vídeos do YouTube para se entreterem a partir das produções dos YouTubers, criadores de conteúdo para a plataforma com milhares de inscritos.
É cada vez mais frequente vermos YouTubers mostrando diferentes produtos, às vezes até se tornando marcas, promovendo suas mercadorias nos vídeos. Isso porque o YouTuber fala diretamente com o público, tornando-se persuasivo, principalmente para o público infantil. Essa é a principal discussão do livro Criança e consumo digital: a publicidade de experiência na era dos YouTubers.
Por que é relevante falar sobre a publicidade nesse contexto de YouTubers e influenciadores digitais? Porque vemos novas formas de publicização dos produtos com base na experiência desses produtores de conteúdo. Além disso, essas novas formas nem sempre são sinalizadas como anúncios, o que torna nebulosa a persuasão dentro do entretenimento dos vídeos. Assim, temos a publicidade de experiência, na qual o YouTuber experimenta o produto na frente da câmera. Com as crianças, a publicidade de experiência é uma forma delas aprenderem a usarem produtos que nem possuem ou nem conseguirão adquirir por causa das condições econômicas dos pais.
Os vídeos dos YouTubers são persuasivos para o público, pois existe uma relação de afetividade e confiança nesses produtores de conteúdo, que criam uma narrativa para anunciar algo. Temos um cenário de publicidade em que esta é feita por alguém e vista pelas crianças diariamente em seus smartphones, telas individuais nas quais escolhem o que lhes interessam. Por isso, o livro buscou entender essas dinâmicas a partir de uma imersão teórica e de uma pesquisa aprofundada com as próprias crianças.
Assim, a leitura deste livro é relevante por apresentar os formatos da publicidade no YouTube e por investigar as perc