A sociedade capitalista experimenta transformações constantes em suas camadas sociais e econômicas. Não é despiciendo que o economista austríaco Joseph Alois Schumpeter infere que o capitalismo não é estacionário, se movimentando através de uma energia propulsora destrutivo criativa, impulsionada pelos agentes econômicos (capitalistas), em especial as startups. As startups são as protagonistas das alterações paradigmáticas na economia, atendendo a ditames constitucionais, promovendo a autodeterminação do mercado interno, a melhoria da qualidade de vida e a eficiência tecnológica. Contudo, em decorrência da sua natureza disruptiva, trazem grandes atribulações de caráter regulatório, consumerista e mercadológico. Sua constituição presume a assunção de grandes riscos, além de uma visão à frente do mercado e do tempo. Seus fundadores, buscando incansavelmente pela figura mítica do unicórnio, apostam alto em seu desenvolvimento e estabilidade no mercado. Ocorre que, muitas das vezes contam tão somente com uma ideia inovadora, sem acesso a recursos financeiros, sociais e estruturais. Nesse cenário, os investidores de risco (venture investors, ou venture capitalists) exercem um papel crucial para seu desenvolvimento, aportando capital para custear sua atividade, além de oferecer mentoria e compartilhar dos seus riscos. Como forma de atrair mais capital para o cenário e reduzir o risco assumido, crucial que, mesmo em sua fase inicial, as startups implementem práticas de governança corporativa. Dessa forma, reduzem as chances de fracasso, afastam práticas fraudulentas do seu meio e aumentam a confiança dos investidores no segmento. A presente obra propõe a analisar marcadamente os institutos mencionados, trazendo a inteligência artificial como uma solução para o custo de implementação das práticas de governança para as sociedades com baixa capacidade estrutural.