O Papa Francisco tem posicionado a Igreja Católica em seu devido lugar de fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, e faz isso de forma firme, decidida e criativa. A reforma de Igreja que ele propõe e realiza não é mera ou simplesmente jurídico-institucional, mas é uma reforma espiritual que atinge a própria alma da Igreja. Recupera o sentido primeiro do seguimento de Jesus que é o de, como ele, posicionar-se ao lado dos mais pobres e fracos, anuncia o Reino de Deus como realização do projeto divino, que é o de humanização das pessoas, desumanizadas pela opressão, pela violência, pelo pecado. Francisco Buarque de Hollanda é um dos maiores artistas brasileiros. Artesão de palavras, como ele mesmo se definiu, escreve canções, peças teatrais, textos literários e, pelo conjunto de sua obra, recebeu recentemente o Prêmio Camões, dos mais importantes dos países de língua portuguesa. É mais conhecido por sua atividade musical, como compositor e cantor, ele que milita na música desde os anos de 1960. A letra de suas canções, falando de amor, do cotidiano, da realidade das mulheres ou da vida do povo, sempre teve como foco o ser humano; seu posicionamento político vai no mesmo sentido e direção, revelando seu humanismo de fundo.
Dois Franciscos reunidos por uma posição comum, a de defender e promover a dignidade humana, ainda que por caminhos distintos. Ambos também conheceram, e ainda conhecem, críticas e perseguições por conta exatamente de suas posições em defesa das pessoas, vindas de setores que não conhecem o que significa ser humano. Ambos reunidos em estudos e textos que apontam para o que é essencial nos tempos atuais: promover a humanização daqueles que mais sofrem e tem sua humanidade negada.