Isótopos forenses é uma obra técnico-científica produzida por professores de instituições de ensino e pesquisa e peritos criminais. Ao convidarem um leigo sobre o tema para prefaciar este livro, os organizadores da obra (Gabriela Bielefeld Nardoto, Rodrigo Ribeiro Mayrink, Cristina Barbieri e Fábio José Viana Costa) só poderiam esperar a criação de um momento de diálogo, não apenas com os seus pares, mas também com outros profissionais que trabalham com proteção ambiental e perícia criminal.
O livro é composto de 11 capítulos. Os capítulos estão colocados em uma sequência lógica e estão bem encadeados. O capítulo 1, Martinelli et al. escrevem sobre a história da metodologia isotópica. Nos capítulos 2 e 3, respectivamente, Martinelli e Kafino et al. introduzem os isótopos estáveis e os radiogênicos. Em seguida, Sena-Souza et al. introduzem o termo “isoscape” ou “paisagem isotópica”, capítulo 4. Os capítulos seguintes, 5 a 11, apresentam, respectivamente, as aplicações de isótopos em diferentes campos, como geologia (Bahniuk e Salvador), recursos florestais (Camargo et al.), fauna (Mayrink et al.), alimentos e bebidas (Costa et al.), tecidos humanos (Plens et al.), poluição ambiental (Barbieri et al.) e bens culturais, drogas, documentos e outros (Andrade et al.). O livro é relevante para o avanço das ciências forenses, sem ser prescritivo.
Todos os capítulos são importantes e aplicáveis nos diferentes biomas brasileiros. No entanto, um mapa de variabilidade espacial dos isótopos do tipo “isoscapes” é fundamental para se coibir e punir, quando necessário, o crime ambiental no Brasil, de forma unificada não empírica. Isoscapes ambientais de d18O e d2H da precipitação, d13C da vegetação e do solo, d15N de tecidos biológicos (vegetal e animal) e 87Sr/86Sr biodisponível podem ser determinantes na instrução do inquérito policial de um crime ambiental.
Um mapa abrangente e efetivo depende de um esforço de coleta muito grande. Isso requer cooperação institucional entr