O poeta fingidor, com apresentação de Claufe Rodrigues e prefácio de Carlos Felipe Moisés, é mais que uma antologia de Fernando Pessoa. Primeiro, porque é uma tão enxuta quanto rigorosa seleção dos poemas. Pode-se dizer, sem medo de errar, que o melhor da obra do poeta imenso está aqui. Se sempre algum leitor sentirá falta de algum poema em particular em qualquer antologia de Pessoa, ninguém sentirá aqui falta de seus poemas mais emblemáticos, de todos os principais heterônimos. Segundo, porque o prefácio do poeta Carlos Felipe Moisés, que consegue o feito raro de abordar a modernidade da obra de Pessoa e a complexidade da questão dos heterônimos de uma maneira ao mesmo tempo interconectada e clara. Terceiro, por causa de sua generosa iconografia, que inclui muitas fotos de Pessoa, além de desenhos e manuscritos. Quarto, porque não se trata, afinal de contas, de uma antologia. Porque se trata de um pacote. Contendo, além da antologia, um DVD com um documentário exibido pela Globo News em 2008.