No limite das terras selvagens russas, o inverno se estende por grande parte do ano e as camadas de neve são mais altas do que as casas. Mas Vasilisa não se importa — ela passa as noites frias aconchegada com seus queridos irmãos, enquanto são aquecidos pelos contos de fadas narrados por sua velha ama. De todas as histórias, sua favorita é sobre Gelo, o demônio do inverno de olhos azuis, que surge na noite congelante e vai atrás de almas desavisadas. Os sábios russos o temem, diz Dunya, e honram os espíritos domésticos e da floresta que protegem seus lares do mal.
Após a morte da mãe de Vasilisa, seu pai vai a Moscou e retorna com uma nova esposa. Extremamente devota, criada na cidade, a nova madrasta de Vasilisa proíbe toda a família de honrar os espíritos. Todos obedecem, mas Vasilisa se apavora com a sensação de que tais rituais são muito mais importantes do que imaginam.
E, de fato, logo as colheitas se tornam escassas, criaturas malignas da floresta se aproximam e infortúnios perseguem a aldeia. Ao mesmo tempo, a madrasta de Vasilisa torna-se ainda mais rígida e determinada a preparar a jovem rebelde para o casamento ou ao confinamento em um convento.
Com o perigo cada vez mais próximo, Vasilisa precisa enfrentar até aqueles que ama e invocar dons perigosos que por muito tempo escondeu — tudo para proteger sua família de uma ameaça que parece ter saltado diretamente dos contos mais assustadores de sua ama.