Conheci Pedro Javier Gómez Jaime, “El Cubano” ou simplesmente “Javier o cubano” como eu o chamava, em 2012, quando passou a cursar o Doutorado MultiInstitucional e Multidisciplinar em Difusão de Conhecimento, sediado na Faculdade de Educação da UFBA. Ao nos conhecer, sentimos uma grande empatia mútua pelo fato de sermos ambos físicos e músicos e amarmos essas duas grandes ciências, vendo nelas muitos pontos em comum. Como um de seus orientadores, combinamos no estudo de um tema bastante complexo para a sua tese o qual há muito me interessava e que ao Pedro Javier lhe deslumbrava compreender desde o ponto de vista físico: o efeito que os timbres instrumentais exercem sobre as emoções humanas. Empresteilhe dois CDs com os Prelúdios e Fugas para Cravo Bem Temperado de J. S. Bach, tocados no cravo e no piano que são instrumentos que tem timbres distintos. Javier ficou fascinado pelo problema e, a partir desse momento mágico, acendeuse uma faísca de criatividade científica e artística em sua mente, fazendo com que a cada nova reunião quinzenal de orientação ele me surpreendesse com sua independência e autonomia para criar diversas técnicas metodológicas para abordar o problema proposto. Criou 6 experimentos com progressiva complexidade, compôs frases musicais, inventou técnicas de análise, submetendoas a diversos grupos de ouvintes. O resultado de seu trabalho científico foi excepcional e superou em muito às minhas expectativas. Enfim, Pedro Javier é um pesquisador apaixonado por sua investigação e sua abordagem é de grande seriedade e honestidade metodológica. Deixo aos leitores conferir todo seu fascinante trajeto de pesquisa, nos quatro anos que esteve sob minha orientação. Roberto Leon Ponczek