“Ademir Assunção constrói uma ponte entre a transcendência do monge zen e a agressividade do jovem rebelde que nunca se cansa de clamar no deserto de ideias que sufoca este país, à maneira de um ermitão ensandecido, alimentando-se de gafanhotos secos, como nós nos alimentamos de sonhos ressecados e talvez impossíveis” — Sebastião Nunes
Um Nome Escrito no Vento – Autobiografia Não Autorizada. Este é o título do novo livro de Ademir Assunção, a nona publicação da Grafatório Edições. Um lúcido delírio pós-oswaldiano, esta autobiografia fantástica é composta por 31 poemas nos quais a imaginação linguística está a serviço de uma reinvenção vitalista de si mesmo.
Com um humor ácido – para não dizer lisérgico –, entre a ficcionalização do real e a realização da ficção, Ademir Assunção escreve sua “poesia de formação” (ou seria “de-formação”?). Uma obra surpreendente, mesmo em se tratando de um escritor com mais de 40 anos de experimentos vigorosos pelas encruzilhadas da linguagem.
Um Nome Escrito No Vento conta com um projeto gráfico igualmente experimental, assinado pelo designer Pablo Blanco. As ilustrações são de autoria do artista gráfico Zansky, e os textos são todos compostos em tipos móveis por Silvio Valduga e impressos sobre um papel reciclado com partículas termossensíveis. A edição contou ainda com textos complementares do poeta Sebastião Nunes e do editor Felipe Melhado. Todos os livros são costurados artesanalmente por Bianca Baggio, e a assistência de produção é de Julia Bahls.
Com apenas 360 exemplares numerados, Um Nome Escrito no vento é uma viagem poética & gráfica – a afirmação de uma reinvenção possível mesmo quando da viralização da mediocridade.