Trabalho, energia, campo, força, potencial, movimento e referencial... Apesar de a Física estar de alguma maneira presente, não são exatamente estes os temas abordados neste livro. Ao percorrer suas páginas o leitor encontrará diferentes trabalhos orientados pela mesma educadora, a professora Dra. Maria da Conceição de Almeida Barbosa-Lima, organizadora deste compêndio. São textos que versam sobre o Ensino de Ciências para alunos deficientes visuais, as relações entre Ciência e Arte, temas de Física, Química e Educação Ambiental. Uma verdadeira superposição construtiva de campos.
Educar é isso: O professor, carregado de saberes, gera ao redor de si um campo capaz de influenciar outras cargas e imprimir nelas uma força. Uma boa orientação faz-se através de ação e reação. Todos ensinam e aprendem, mediatizados pelo diálogo.
Tanto conhecimento em constante movimento nos remete ao conceito de referencial. Os estudantes e pesquisadores em processo de matura- ção inicial ou continuada encontrarão nas páginas deste livro uma in- teressante oportunidade de apreciar a utilização de referenciais como Vigotski, Bakhtin, Paulo Freire, Bachelard e Engeström, dentre outros.
Se pensarmos pelo viés da educação inclusiva, os trabalhos e pesquisas apresentados por esses autores, vinculados ao LEPPEDV (Laboratório de Ensino e Pesquisa para Pessoas com Deficiência Visual), serão de grande utilidade para os professores que, se ainda não o fizeram, certamente ensinarão para estudantes deficientes visuais, com baixa visão ou com qualquer outra questão que necessite de uma educação efetivamente inclusiva.
Parabéns ao grupo, à orientadora, aos pós-graduandos e às instituições. Que essas cargas gerem mais campos capazes de impactar outras cargas, realizar mais trabalhos e gerar movimento entre diferentes potenciais. Isso é educar. É a troca dialógica, impactante e transformadora.