A eleição de Francisco como bispo de Roma, em 2013, marca uma nova etapa na vida da Igreja. Depois da "primavera" que foi o Concílio, sua recepção imediata e da longa "seca" (os europeus falam de "inverno") que se abateu sobre a Igreja nas décadas seguintes, com "a volta à grande disciplina", vivemos com Francisco o despontar de uma "nova primavera" eclesial: uma década intensa e fecunda de retomada e aprofundamento do processo de renovação/reforma conciliar da Igreja, dinamizada em sua recepção criativa na América Latina em torno da "opção preferencial pelos pobres". Podemos falar mesmo de uma nova fase no processo de recepção do Concílio, marcada por uma "conversão missionária da Igreja" como "saída para as periferias" e por uma retomada da eclesiologia do Povo de Deus em termos de "sinodalidade" ou "Igreja sinodal". Trata-se, na verdade, de uma renovação/reforma missionário-sinodal da Igreja, na qual a missão assumida por todos os batizados na diversidade de carismas e ministérios ("caminhar juntos" de todo o povo de Deus) e a sinodalidade vivida a partir e em função da missão de tornar o Reino de Deus presente no mundo ("caminhar juntos" na missão). Essa obra, escrita a muitas mãos, ajuda a compreender a dimensão e densidade do processo de renovação eclesial em curso, tanto do ponto de vista da constituição e do modus vivendi et operandi da Igreja, quanto do ponto de vista de sua missão salvífica no mundo.