Luiz Felipe D’avila não se contentou com as conversas de botequim com que se exercitam as desesperanças na planície. Preferiu escalar a montanha do pensamento em busca de valores que possam apontar não o caminho da redenção — não existe isso em história — mas o da reforma permanente, que renova a tradição ao escoimar o arcaico e dialogar com o novo. Este ‘10 Mandamentos: Do País Que Somos Ao Brasil Que Queremos’ pertence a uma linha de especulação intelectual infelizmente pouco explorada no país, a da chamada ‘Teoria das Elites’. Quando o pensamento ousa pegar essa vereda, quase sempre se vê um Brasil mais deformado por vícios do que formado por virtudes. E, a exemplo de qualquer nação, temos zonas de luz e de sombras. Elas estão presentes nesta obra, mas o resultado da soma não é zero, não é um empate. Existe uma trilha clara para o país. O livro não poderia chegar em melhor hora. Os dias andam confusos. O sistema político, como o conhecemos, entrou em falência. O chamado ‘presidencialismo de coalizão’, no seu colapso, trouxe à luz um Estado aparelhado por gangues entre ideológicas e amorais.