O tempo é o principal personagem do livro 24 dias por hora. A jornalista Maria Silvia Camargo, com base em entrevistas e pesquisas, explica por que o ser humano, às portas do século 21, ainda não conseguiu definir esta palavra tão comum no dia-a-dia, mas tão complexa. A única certeza é que o próprio século, assim como as horas, os dias são inúteis tentativas de aprisionar, ou limitar, o tempo, que desde a Teoria da Relatividade de Einstein deixou de ser linear para assumir a característica de múltiplo. Einstein e várias personalidades, cientistas ou não, entre elas Proust, Mário Quintana, T.S. Eliot e Millôr Fernandes, dão a sua contribuição ao livro. Millôr participa, inclusive, com uma sábia definição: "não existe o tempo; só o passar do tempo". A autora vai em busca das primeiras tentativas de se "marcar" o tempo, ressaltando a importância do relógio para a Revolução Industrial e chegando aos workaholics modernos, que não sabem o que fazer quando têm o "tempo livre". Psicanalistas tentam explicar a angústia da vida agitada de hoje, quando a tecnologia tornou tudo mais dinâmico e prático e, por incrível que pareça, deixou as pessoas muito mais sobrecarregadas do que aquelas que não tinham Internet, carros velozes, telefones sem fio e pagers. "A maior parte das pessoas já não consegue ficar parada, sem ficar ansiosa." Como conseqüência de tudo isso, a inevitável resposta do organismo, o estresse, é analisada detalhadamente por Sílvia, assim como os diferentes ritmos do corpo, que precisam ser respeitados para não trazerem problemas para a saúde e uma aceleração do envelhecimento. Os especialistas alertam também para o próprio tempo das crianças, que precisam brincar e se divertir e, muitas vezes, são pressionadas pelos pais a desenvolverem várias atividades, como cursos de Inglês, natação ou expressão corporal.