A cultura iluminista, que se tornou hegemônica no Ocidente ao longo dos últimos séculos, criou a narrativa de que Deus é uma figura mitológica e de que a religião é um conjunto de crenças subjetivas e irracionais, igualando-a à superstição. A propósito, a própria noção de “razão” foi alterada. Assumiu-se uma concepção de que racional é apenas o conhecimento provindo de evidências materiais, ou seja, das ciências naturais, o que, em si mesmo, é um gigantesco reducionismo. E assim, sobre essas bases, toda a narrativa cientificista que conhecemos hoje foi construída.
Este livro de André Assi Barreto oferece uma introdução aos raciocínios que, já de início, destroem todo o mito da “irracionalidade do problema de Deus”.
Iniciando com um conciso, porém ótimo, manual de lógica, o autor apresenta o real critério de racionalidade: as regras lógicas, ficando evidente que são elas que validam o conhecimento, não o contrário, pois a compreensão só existe por meio da lógica.
Depois, ao longo dos cinco argumentos, que são apresentados de maneira clara e objetiva, percebemos que, diferente de uma superstição, Deus pode ser compreendido racionalmente. Aliás, mais do que compreendido, é possível indicar a maior probabilidade de sua existência do que de sua inexistência. Isso se dá inclusive a partir de dados coletados pelas ciências positivas, pois apontam para uma incoerência racional da hipótese ateia.
O leitor leigo no assunto tem em mãos uma ótima ferramenta para abrir os seus horizontes para uma visão mais ampla e racional da realidade.
Jonata GodoiProfessor de Filosofia