O assistente social há muito não é mais a moça boazinha, nem identificado pelo trabalho caritativo ou religioso. A conjuntura nacional e global mudou e o Serviço Social como profissão forjada na sociedade em que se insere se revisou e recriou sua identidade e projeto. Do alto dos mais de 70 anos de institucionalização da profissão no país, as conquistas são muitas e no compasso dos anos, sua ressonância social e política se dimensiona. Isso não significa dizer que não há pedras, só flores. O Serviço Social brasileiro, já em sua gênese é marcado por contradições, as quais o atravessam permanentemente (como um DNA) e são onipresentemente reapresentadas e submetidas a superações cotidianas. A obra reconhece essa verdade, mas não se resume a essa critica circular. 70 Anos de Serviço Social no Brasil: tempo de reconhecimento do trabalho profissional, de Sarita Amaro avança em dar visibilidade a elementos que são importantes à profissão. Nesse sentido conversa com gerações de profissionais que querem mudança, que acreditam nos pilares da profissão, dentre os quais estão a lei de regulamentação da profissão e o código de ética profissional. A obra conversa com as novas gerações, de estudantes, de pesquisadores e de profissionais que acreditam no serviço social contemporâneo, de base critica e que assumem seu compromisso em efetivá-lo. A obra conversa com todos os assistentes sociais, com larga trajetória ou iniciante na profissão, que mesmo diante do caos social e na verdade exatamente por conta dessa realidade não desistem, persistem, resistem.