Este livro é uma tentativa de demonstrar que, sem uma síntese governada por princípios, a priori, o método científico, ocidental por excelência, nunca teria sido possível e, portanto, nunca teria sido possível a própria física, segundo a Crítica da razão pura, de Kant. Para demonstrar esta tese, Ruben Braga analisa detalhadamente as discussões, afirmações e escritos filosóficos de Heisenberg, Bohr e Einstein, relacionando-os com a apercepção originária de Kant. É um trabalho de uma seriedade inquestionável. Sua originalidade está na defesa da atualidade da crítica Kantiana, em face dos problemas filosóficos colocados pelo desenvolvimento da física contemporânea. Esta tese insere-se em uma discussão extremamente atual em filosofia da ciência, em torno do realismo. O texto contém uma crítica aos trabalhos de F. Capra, que participam de um modismo hoje no Brasil, ao qual deve se contrapor uma análise filosófica lúcida. Uma grande contribuição do trabalho de Ruben Braga é a exposição competente que faz da polêmica em torno do chamado paradoxo de Einstein-Podolski - Rosen, que não é suficientemente conhecido nos meios filosóficos brasileiros. A relevância deste trabalho está em justamente responder a uma carência de reflexão epistemológica, uma reflexão comprometida com o estado atual de desenvolvimento da física.