A obra A arqueologia do saber, de Michel Foucault, é a efetiva elaboração do pensamento filosófico do autor no sentido de solidificar as bases investigativas da ciência, sobretudo ao promover uma revisão dos conceitos que enfatizam a natureza da história epistemológica.
Michel Foucault, que além da Filosofia dedicou-se ao estudo e fundamentos da História, utilizando-a como vetor importante para o entendimento dos processos formadores das sociedades e das elites dirigentes das nações, aborda nesta obra a ideia de que nada se pode esperar do falso conhecimento objetivo, assim como das falsas figurações da subjetividade. “O domínio das coisas ditas é o que se chama arquivo; o papel da arqueologia é analisá-lo”, sintetizou o autor.
A arqueologia do saber, cuja primeira edição data de 1969, tornou-se um marco na bibliografia do filósofo, o qual sempre questionou as instituições sociais, primordialmente a psiquiatria e a medicina, e inaugurou uma nova dinâmica do pensamento filosófico ao centrar seu estudos na vida e nos processos de subjetivação.
A obra, agora reeditada, continua atual, e sugere novos caminhos para a compreensão do mundo em que vivemos e da sempre enigmática alma humana.