Em tempos da prática do coaching e quando notícias distópicas tomam as manchetes, qual a importância de um livro sobre o fracasso? E mais: um livro que parte da pergunta do que poderia surgir depois da esperança, depois da terra arrasada? É com atraso de quase uma década que chega ao Brasil esse trabalho fundamental para os estudos queer e também a obra-prima do teórico norte-americano Jack Halberstam. A arte queer do fracasso investiga alternativas e rotas de fuga numa sociedade fascinada por uma ideia heteronormativa de sucesso. Por uma ideia capitalista de sucesso. Os objetos de investigação de Halberstam para desconstruir essas prerrogativas são os mais diversos. Ele parte de animações como Bob Esponja, Toy Story e filmes de apelo popular, como Cara, cadê meu carro?, passando ainda por Sigmund Freud, Michel Foucault, W. G. Sebald e pelas imagens eróticas de Tom of Finland. Parece que nada escapa ao seu desejo de nos fazer enxergar a rigidez das normas do capitalismo ao redor.