Em A aventura de ser mulher, Juan Fernando Ortega Muñoz recolhe diversas fontes que traçam as linhas do pensamento feminista de María Zambrano. A partir de artigos de jornais e revistas, extratos das suas conferências, reflexões, entre outros, traça-nos o caminho que permite à mulher entrar en el Imperio de la dignidad. A necessidade de realizar uma genealogia feminista, de dar à mulher o seu lugar na História, fá-la percorrer historicamente o papel das mulheres ao longo do tempo até realizar uma análise crítica das mulheres da época. Pertencente à chamada Geração da República, discípula de José Ortega y Gasset, criou uma obra singular de indiscutíveis valores literários, onde conjuga poesia e pensamento. Os seus escritos estão centrados sobre o eterno problema da beleza e da verdade, sendo o acesso a esta uma constante fundamental no seu processo intelectual. Em Espanha e depois de estar exilada durante 45 anos, recebeu numerosos reconhecimentos como o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades em 1981, o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Málaga em 1982 e o Prémio Cervantes em 1988, entre outros. Nascida em Velez-Málaga em 1904, estudou Filosofia na Universidade Central de Madrid onde se doutorou. María colaborou na defesa da República como Consejera de propaganda y Consejera nacional para la infância evacuada e só deixaria Espanha como consequência do triunfo franquista. Partiu para o exílio em Janeiro de 1939 e desde essa data viveu em várias cidades como Paris, Nova Iorque, Havana e México. Só regressou à Europa em 1953, fixando a sua residência em Roma, onde deu a conhecer uma série de obras: El hombre y lo divino (1955), Persona y democracia (1958) e La España de Galdós (1959). Também colaborou com importantes revistas da época como Botteghe Oscure, Insula e Papeles de Son Armadans, entre outras. Em 1964 é obrigada a deixar Roma para se instalar em França, onde iniciaria o seu período de maior produção intelectual: España, sueño y