A Cabana dos Inocentes narra as aventuras e peripécias de um menino que na infância já amava o mundo dos livros. Seu grande sonho, mesmo antes de aprender a ler e escrever, era compartilhar todo o tesouro de sabedoria que os livros traziam. Assim, passou a sonhar com o mundo das letras, dos escritores imortais, até que um dia alguém tentou obstaculizar esse desejo, pronunciando uma frase forte que passou a persegui-lo: “Ih, bobinho! Poeta todo ele morre cedo...” O menino passou a conviver com as pessoas grandes e que lhe alimentavam o ânimo de prosseguir no seu desejo de ser poeta, fazendo-lhe promessas. Que morte era aquela que os poetas deveriam experimentar? O menino procurava entender tal mistério, que passou a atormentá-lo. Então, a vida mostrou-lhe a idade da razão, do sentimentalismo, da experiência, do crescimento físico e mental; assim, começou a entender a grandeza do mundo que o cercava: “Mens sana in corpore sano”. Buscando experiência de vida em pessoas idosas para entender o enigma contido na frase “todo poeta morre cedo”, pôde perceber que a morte física é apenas uma passagem, um acontecimento na existência do homem que o aproxima de Deus. Entendeu que existe sempre um sentido profundo na simplicidade das coisas e um crescimento invisível no silêncio da alma, no sentimento que exalta o homem, nas mágoas que singram os mares distantes, mas que são capazes de unir o mundo num único abraço e numa só linguagem: a dos poetas. “Ih, bobinho! Poeta todo ele morre cedo...”