No dia 7 de outubro de 2001, menos de um mês depois dos ataques do Onze de Setembro, os Estados Unidos invadiram o Afeganistão. Acreditavam que tinham encurralado o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, em Tora Bora, mas ele desapareceu e seus rastros se tornaram cada vez mais distantes. Nos anos seguintes, o país se viu lutando contra uma organização invisível, apátrida e bem financiada. A busca, entretanto, não trazia resultados e muitos começaram a duvidar da capacidade do governo americano para encontrar o responsável pelo maior ato de terrorismo em território nacional. Seriam necessárias novas táticas e ferramentas para alcançar o objetivo, só concretizado dez anos após os atentados do início do século. Com acesso inédito a fontes-chave, incluindo o presidente Barack Obama e importantes nomes da Casa Branca, da CIA e do Pentágono, o jornalista descreve em detalhes a movimentação dentro das salas onde as decisões foram tomadas, como também elucida pontos cruciais das ações no Paquistão onde a morte do terrorista se desenrolou. A força-tarefa americana recorreu a supercomputadores e softwares inovadores, com a capacidade de transformar praticamente qualquer tipo de informação em dados para análise. Foram minuciosamente destrinchados documentos de redes de espionagem, transcrições de interrogatórios de prisioneiros, registros de milhares de ligações telefônicas, além de dados coletados em computadores rastreados e de imagens e leituras de sensores de aviões não tripulados. Os frutos deste sistema avançado de coleta de informações passaram a ser avaliados por uma sessão de analistas da CIA, dedicados única e exclusivamente a encontrar Osama Bin Laden. "O aparato militar e de inteligência dos Estados Unidos era até 2001, com certeza, um produto da Guerra Fria”, avalia o autor em entrevista para imprensa americana para em seguida acrescentar: “Os inimigos eram a União Soviética e países que representavam potencialmente uma ameaça aos EUA. Eram fáceis de ser detectados ainda que fossem alvos bem guardados. O homem por trás do Onze de Setembro, ao contrário, era relativamente indefeso, mas extremamente difícil de ser localizado.” Após milhares de missões de forças especiais no Iraque e no Afeganistão, a arma certa para a caçada a Osama bin Laden finalmente havia evoluído. Em 2011, a inteligência apontava para uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad. As chances estimadas de que o líder da Al-Qaeda estivesse no local eram de 50%. Bowden mostra como três estratégias foram planejadas: um ataque por avião não tripulado (drone), um bombardeio ou uma invasão pelos SEALs - principal força de operações especiais da Marinha americana. A decisão final estava nas mãos do presidente Barack Obama, que optou pelo embate certeiro e cara a cara com o inimigo.