E Emma, de Hamburgo; Sharmeena e três amigas estudantes do ensino médio, de Londres; e Nour, uma jovem religiosa que abandonou os estudos, de Túnis: todas encontraram um meio de rebelião ou senso de comunidade no Islã político e foram vítimas de sofisticadas estratégias de propaganda que lhes prometiam uma aventura cosmopolita e uma chance de forjar uma comunidade islâmica ideal na qual poderiam viver devotamente sem medo de estigma ou repressão. Não demorou muito para que os militantes se revelassem como nada além de criminosos violentos, mais obcecados pelo poder do que devotados aos princípios do Islã, e as mulheres do EIIS fossem destituídas de qualquer senso de autonomia, condenadas a ser viúvas perpétuas e se casar novamente, acabando presas em uma brutal sociedade sem lei. A queda do califado só trouxe novos desafios para as mulheres que nenhum Estado pretendia acolher. A especial sensibilidade e os relatos minuciosos e apurados de Azadeh Moaveni tornam essas esquecidas mulheres indeléveis e esclarecem a política turbulenta que as colocou em seus caminhos.
Entre os muitos livros que tentam entender a terrível ascensão do EIIS, nenhum deu voz às mulheres que se juntaram à organização; mas elas foram essenciais para o estabelecimento do califado de Abu Bakr Al-Baghdadi.
Em resposta às promessas de empoderamento feminino e justiça social, e aos apelos para ajudar na situação de outros muçulmanos na Síria, milhares de mulheres emigraram dos Estados Unidos, da Europa, da Rússia, da Ásia Central, de todo o Norte da África e do resto do Oriente Médio para aderir ao Estado Islâmico. Eram filhas bem instruídas de diplomatas e médicos, adolescentes com alto desempenho escolar, jovens da classe trabalhadora sem perspectivas e donas de casa desoladas que uniram forças para criar clínicas e escolas improvisadas para a pátria islâmica que haviam imaginado.
Um relato emocionante da vida de treze mulheres que se uniram, resistiram e, em alguns casos, escaparam da vida no Estado Islâmico — com base em anos de reportagem imersiva por uma finalista do Prêmio Pulitzer.
Sobre autor:
Azadeh Moaveni é uma jornalista e escritora que cobre o Oriente Médio
há quase duas décadas. Ela começou sua carreira jornalística no Cairo em 1999 e trabalhou em toda a região nos anos seguintes, cobrindo o Irã, o Líbano, a Síria, o Egito e o Iraque. Seu trabalho tem se concentrado em como as mulheres e meninas afetadas pela instabilidade política e pelo conflito.