Este livro trata de algumas práticas de preservação na cidade de Goiás (GO), incluindo seu reconhecimento como patrimônio histórico e artístico nacional, pelo Iphan, e como patrimônio cultural mundial, pela Unesco. Debate principalmente a autenticidade, por ser um valor e critério operacional adotado pela Unesco para que um bem possa ser declarado patrimônio cultural da humanidade. No decorrer do percurso investigativo foi se evidenciando que a narrativa adotada para justificar esse título em Goiás respondeu também ao processo de valorização dessa cidade como patrimônio nacional, sendo reiterada em ações recentes de preservação na cidade. Partindo da hipótese de que as intervenções em bens patrimoniais no centro histórico de Goiás precisam responder a uma noção de autenticidade que foi cuidadosamente construída no Dossiê de Proposição desta cidade ao título de Patrimônio Mundial, sendo também fruto das narrativas e das práticas perpetradas pelo Iphan ao longo de algumas décadas, a presente pesquisa procura analisar três importantes momentos da construção dessa cidade como patrimônio cultural. Primeiro, avalia os tombamentos iniciais na cidade e os valores que estavam sendo atribuídos a ela, depois trata da ampliação do tombamento, quando há o reconhecimento do centro histórico como patrimônio nacional e o terceiro momento é a investigação da construção da cidade como patrimônio mundial, quando são reafirmadas as narrativas estabelecidas a partir de uma memória colonial para a cidade. Por fim, esta pesquisa dedica-se às propostas de preservação e conservação, a fim de compreender como alguns valores são considerados nessas ações, principalmente após o reconhecimento da Unesco, que se efetivou em 2001. Para as referidas análises, perscrutou-se pesquisas bibliográfica e documental e diversos registros e análises in loco foram mensurados. Por meio desse longo percurso, buscou-se refletir como os valores, atribuídos ou reconhecidos nos bens culturais, principalmente a au