Toda a cidade é um organismo vivo que, invariavelmente, mantém o diálogo com seu passado e com sua história. Diálogo às vezes harmonioso e conciliador, mas, na maioria das vezes, conflituoso e dissonante. Ouro Preto, Paraty, Cataguases – cidades de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, do interior e do litoral, com patrimônios Coloniais e Modernos, são exemplos de cidades que espelham os diversos diálogos existentes em muitas outras cidades brasileiras que possuem um patrimônio a preservar e que necessitam desenvolver uma conversa com seu passado e com sua história. Esse trabalho é fruto de esforços para compreender as dinâmicas existentes nessas cidades patrimoniais. É o fruto da experiência de três arquitetos que tentaram entender as questões, os conflitos e os diálogos presentes nas diversas vivências presentes nos moradores, nos trabalhadores e nos turistas, que habitam ou que simplesmente passam por elas. É principalmente um trabalho sobre o presente da história dessas três cidades, com suas heranças, suas culturas, suas possibilidades de diálogo e suas perspectivas de futuro. Três cidades que poderiam ser tantas outras cidades brasileiras. Se o patrimônio é a herança de um povo, é também algo vivo que se insere em uma dinâmica urbana sempre a necessitar de uma conversa, de uma confabulação, de uma atenção toda especial por parte de todos aqueles que vivenciam as cidades.