Fugindo da perseguição na Alemanha, Edith Stein transferiu-se para o Carmelo de Echt, na Holanda.A invasão nazista no país em 1940, porém, a colocou em perigo novamente; a cruz pesava mais e mais sobre os de origem judaica. Os superiores da carmelita deram-lhe, então, uma tarefa que desviasse sua mente da situação ameaçadora: aproximava-se o quarto centenário da morte de São João da Cruz (1542), e a Irmã Teresa Benedita da Cruz poderia enriquecer a celebração com um valioso estudo teológico.A partir de sua formação filosófica e fenomenológica, ela faz com que se compreenda a diferença no caráter simbólico da cruz e da noite. Esclarece que o desapego é definido por São João da Cruz como uma noite pela qual deve passar a alma a fim de alcançar a união com Deus, e que entrar na noite é o equivalente a carregar a cruz. De forma fascinante, Edith Stein fala de como o manancial da vida, o núcleo da pessoa, está tanto em Deus quanto na alma, e que no matrimônio espiritual esta região interior é entregue por um ao outro. O espírito é destinado à vida imortal, a mover-se pelo fogo ao longo de um caminho: da cruz de Cristo à glória de sua Ressurreição.No verão de 1942, Edith Stein foi levada pelos nazistas. O manuscrito deste profundo estudo foi depois encontrado pelas irmãs, deixado aberto em sua cela.