A urbanização da Capitania de Goiás esteve na dependência da política centralizadora de Portugal do século XVIII. A consolidação dessa política e, consequentemente, da ocupação de Goiás, coube ao colonizador que, colocando-se a serviço da averiguação de míticos imaginários, utilizar os recursos de uma cartografia que lhe permitiu comutar imprecisas informações em cálculos exatos e ter uma real visualização do novo espaço. Com essas ações, formaram-se na Capitania mais de cinquenta arraias que previa a realização de levantamentos topográficos e o uso de mapas feitos por sertanistas, engenheiros militares e governadores. Outras formas estratégicas de ocupação territorial também foram adotadas por Portugal, tais como a criação da prelazia e de paróquias, a abertura de caminhos, a adoção do sistema sesmarial, a fundação da capital e o incentivo às atividades mineratórias e agropastoris. Para a efetiva posse do território, a Coroa implantou normas indigenistas e incentivou a construção de aldeamentos, os quais, embora sem a perfeição de traçado alcançada no período pombalino, foram concebidos a partir de praças centrais, retangulares ou quadradas, inscritas em malhas previstas, cujas características garantiram a continuidade de uma tradição portuguesa de desenho urbano erudito e regular, que se baseava em princípios matemáticos e geométricos.