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Sinopse
Vivemos um período histórico notável pela valorização social da ignorância, o tempo do empobrecimento subjetivo. Obstáculo aos negócios e ao exercício do poder, o pensamento reflexivo é agora demonizado e a simplificação do ato de pensar passa a ser imperativa, funcional que é à reprodução ilimitada do modo de vida neoliberal.
Se o ataque ao pensamento não é excepcional na história, é certo que sob a hegemonia neoliberal se acentua; a racionalidade passa a se identificar com a realização de cálculos que visam apenas o lucro e a obtenção de vantagens pessoais. Ideias fundadas na razão objetiva, como justiça, igualdade, democracia e felicidade, por exemplo, sucumbem diante do horizonte delimitado por quem detém o poder econômico e o egoísmo se torna vetor interpretativo e mandamento nuclear por excelência.
Portadores de uma lógica binária que não admite nuances, os afetos mobilizadores da idiossubjetivação neoliberal acabam por constituir a base ideológica tanto da paródia democrática, quanto do fascismo. Naturalizada a estupidez, o indivíduo idiossubjetivado, alheio a tudo o que é comum e coletivo, valida diferentes formas de violência necessárias à acumulação do capital. Não sabe, mas faz.
Os efeitos desse processo são notáveis: sentimento anti-intelectual, desprezo à educação, desorientação generalizada, simplificação da linguagem, perda de capacidade de imaginação, narcisismo, delírio; em resumo, assistimos à derrota do pensamento. Reduzido a uma liberdade que se realiza unicamente no ato de consumir mercadorias, o sujeito neoliberal é livre para obedecer e, por consequência, para rejeitar tudo o que é comum. Se tudo é impossível de mudar, é mais crível imaginar o fim do planeta do que o fim do capitalismo, como registra a já célebre frase.
Manipulado nos afetos, cevado na paranoia e no culto ao medo e à punição, o sujeito neoliberal vive a mentira como simulacro de verdade incontestável. Ou, em outras palavras: tem fé na opressão como liberdade. Tudo se transforma em oportunidade de negócios para cada um, empresários-de-si e concorrentes ao modo das empresas. Daí para o outro como inimigo e para o ódio irreconciliável com a diferença é um passo. Fecha-se assim o ciclo da máquina de idiossubjetivação.
Diante do quadro desolador que traça, Casara busca compreender como ocorre a formatação de sujeitos idiossubjetivados, a um tempo incapazes e impotentes, que negam tanto o conhecimento como a possibilidade de uma esfera comum. Mas A construção do idiota não é um diagnóstico desencantado sobre o realismo capitalista. Antes, na melhor tradição crítica, examina o presente com radicalidade para encontrar alternativas à lógica neoliberal que leva a humanidade a reproduzir uma vida não apenas estúpida, mas profundamente infeliz.
Ficha Técnica
Especificações
ISBN | 9786584972070 |
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Pré venda | Não |
Peso | 412g |
Autor para link | CASARA RUBENS |
Livro disponível - pronta entrega | Sim |
Dimensões | 21 x 13.8 x 1.72 |
Idioma | Português |
Tipo item | Livro Nacional |
Número de páginas | 344 |
Número da edição | 1ª EDIÇÃO - 2024 |
Código Interno | 1101295 |
Código de barras | 9786584972070 |
Acabamento | BROCHURA |
Autor | CASARA, RUBENS |
Editora | DA VINCI |
Sob encomenda | Não |