Os primeiros registros de práticas de ilegalidade no Brasil, dos quais temos ciência, datam do século XVI, no período da colonização portuguesa. Os casos mais frequentes eram de funcionários públicos, encarregados de fiscalizar o contrabando e outras transgressões contra a coroa portuguesa, que, em vez de cumprirem suas funções, acabavam praticando o comércio ilegal de produtos brasileiros como pau-brasil, especiarias, tabaco, ouro e diamante. Ao longo do século XX, diversos outros casos de corrupção tornaram-se famosos e até hoje fazem parte do anedotário da política nacional; eles são descritos nesta coletânea em ordem cronológica. Os escândalos retratados aqui e tanto outros podem induzir a compreensão de que a corrupção no Brasil é um ciclo vicioso e que somos adeptos de uma cultura da transgressão, quando, na verdade, o problema reside na falta de controle, na ausência de prestação de contas, na dificuldade de punição e no descumprimento das leis. O objetivo desta coletânea é narrar as diversas práticas de corrupção na história do Brasil e como superamos, ou não, a apropriação dos recursos públicos por diversos representantes das esferas pública e privada.