Navegamos de madrugada sempre atentos ao canal 16 do rádio, esperamos pelo pedido que sempre vem, um pedido de ajuda perdido na imensidão verde. Dos chiados da fonia, alguém pede socorro: ? Atenção, corveta da Marinha do Brasil, precisamos de um médico! O Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) Oswaldo Cruz não é propriamente uma corveta, mas é chamado assim pelas populações ribeirinhas, pois as corvetas da Marinha de Guerra estão presentes na Amazônia desde o século XVIII, sempre prestando cuidado àqueles cidadãos que habitam os confins das fronteiras do Brasil, invisíveis a quase todos, menos aos olhos cansados, porém nunca desanimados, das tripulações desses navios. Este livro é resultado de diversos e-mails e trechos de meu diário de bordo e foi escrito nos raros momentos de descanso a bordo do NAsH Oswaldo Cruz, da Marinha do Brasil, no decorrer do ano de 2008. Não tem por intuito fazer críticas ou propor soluções para os atuais conflitos e problemas de saúde pública na Amazônia Ocidental, assim como não expressa os pontos de vista da Marinha do Brasil.