Algumas passagens das escrituras da Revelação divina tratam das crianças e dos anjos. O próprio Jesus Cristo manifestou-se de modo inequívoco sobre a relação entre os anjos e as crianças, no Evangelho de Mateus. O especial amor e a afetuosa inclinação do Cristo aos pequeninos significam para o cristianismo algo de inteiramente novo. Em nenhum ponto da literatura mundial vemos, tão nitidamente, quanto no Evangelho, a criança considerada e elevada a um grau de infinita dignidade, justamente por Aquele que disse: “Deixai vir a mim as criancinhas e não queirais impedi-las, porque o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas”. Em todas as asserções do Evangelho sobre os pequenos, defrontamos com o Mistério da Criança. O véu desse mistério é ocasionalmente levantado e transparece então um pouco do esplendor da glória da infância. Essa apreciação da criança pelo Cristo provocou uma revolução na ordem das hierarquias. Já não é ao adulto, ao inteligente, ao sábio, ao poderoso, que cabe o primeiro lugar nessa nova ordem, e sim à criança! Numa discussão dos discípulos sobre a primazia no reino do céu, o Cristo chama um menino, coloca-o no meio deles e diz: “Em verdade vos digo: se não vos tornardes como as criancinhas, não podereis entrar no Reino dos Céus.” E continua: “Quem receber uma criança como está em meu nome, e a mim que recebe.”