O livro A criança e o espaço urbano: percepções ambientais na Amazônia discute uma realidade socioambiental muito presente nas cidades brasileiras e, de modo especial, na Amazônia. Trata-se da degradação dos cursos d’água que banham ou circundam o espaço urbano. Esses espaços, outrora lugares preservados, apresentam-se, na grande maioria das cidades, com despejo inadequado de rejeitos e toda espécie de poluição, o que afeta diretamente o povo residente do lugar. Assim, os aparatos da vida social estabelecem-se no entorno de lagoas e lagos degradados, o que fragiliza as famílias que lá habitam. Para retratar essa situação-problema, a discussão investiga um lago inserido em um município do interior do Amazonas, Parintins, distante de Manaus a 369 km. Esse lago apresenta um estado lastimável de poluição de diversos elementos, todavia se torna um lugar de recreação das crianças que residem no entorno. A partir dessa constatação, esta obra faz um recorte para investigar a percepção ambiental das crianças residentes no entorno de recursos hídricos degradados, buscando identificar as formas de uso pelas crianças e a atribuição de significados dada por esses sujeitos a esse ambiente natural. A retórica do livro mostra focos que prevalecem nas decisões de uso social da Lagoa da Francesa e apresenta algumas percepções ambientais subjacentes a determinados usos das crianças, as quais põem em risco a saúde e as seguranças física e social de cada morador.