Este livro surgiu no seguimento da redação de um artigo que foi publicado no "Journal of Economic Policy Reform" e tem a seguinte tese: a grave crise financeira que Portugal tem enfrentado nos últimos anos poderá estar relacionada com uma crise bancária que resultou da adesão à moeda única. O euro eliminou o risco de câmbio, mas não os riscos de crédito ou liquidez. Contudo, os bancos portugueses atuaram nos primeiros anos do euro como se todos estes riscos tivessem sido eliminados. Começaram a bombear quantidades massivas de dinheiro em Portugal. Esses fundos foram obtidos através de empréstimos com taxas de juro baixas contraídos junto de entidades financeiras estrangeiras que operam na zona euro. A grande liquidez gerada conduziu a ciclos bancários perigosos que tendem a antecipar crises bancárias sendo muitas vezes a origem da sua causa, nomeadamente ciclos de bonança de fluxos de capital e ciclos de crescimento acentuado do crédito seguidos de contração e colapso do crédito. Estes ciclos tiveram grandes consequências para os bancos e a economia portuguesa. A dívida privada e pública cresceu de forma dramática, ficando o problema bastante agravado quando o Estado português se sentiu obrigado a intervir nos bancos. O país foi depois compelido a tomar medidas extremas para fazer face a níveis de endividamento extraordinários.