Este livro centra-se na interrogação sobre como o Islão responderá aos desafios da modernidade, aquilo que Francisco Gomes formula como passar da vitimização inerente à questão ‘Quem é que nos fez isto?’, para dar resposta e tirar consequências de uma outra e mais relevante pergunta, nomeadamente, ‘O que é que os muçulmanos fizeram ao Islão?’. (...) Os desafios do Islão, na era da interindependência, da globalização e da digitalização em que vivemos, são também desafios nossos, da Europa, do Ocidente. Como lhes responder o mundo islâmico terá impacto mundial e determinará a nossa própria resposta. Razão por que, mais que nunca, importa que cultivemos a ‘aliança de civilizações’ e rechacemos o confronto entre elas. Creio que será sobretudo determinante o que os muçulmanos e muçulmanas fizerem do Islão: Vão expandi-lo como doutrina de tolerância e concórdia ecuménica, respondendo aos desafios do presente? Ou ficarão acorrentados ao passado, remoendo despeito e recriminações? Francisco Gomes propõe-nos entender o que está em jogo para todos nós. Ana Gomes in Prefácio]. A Crise do Islão’ procura analisar as raízes do declínio civilizacional islâmico e identificar os factores que, no início de um novo século, contribuem para que muitos dos territórios muçulmanos não sejam mais as regiões de luz e de progresso que foram noutras fases da história da humanidade, mas zonas de inquietante obscurantismo, onde predomina um penoso eclipse em matérias de desenvolvimento social, económico, tecnológico, científico, artístico e humano. Ciente das dificuldades inerentes ao estudo de um tema sensível e com implicações políticas inegáveis, ‘A Crise no Islão’ sugere que os complexos problemas que hoje são confrontados pelo Islamismo estão intimamente associados a aspectos como o estado do desenvolvimento humano e económico, a gestão política interna dos estados, o posicionamento estratégico do Ocidente face aos países muçulmanos, os direitos das mulheres, a qualidade da vida cultural