... A inquietação da Autora não poderia ter partido de melhor lugar. Sua pesquisa está pautada e emoldurada por uma questão fundamental: desafios dos direitos humanos numa atualidade de giro autoritário, depois de uma fase de conquistas importantes em termos de expansão e reconhecimento dos direitos humanos. ... Um dos pontos altos é justamente o fato de a Autora trazer casos deste e do outro lado do atlântico, para demonstrar de forma espacialmente ampliada, a questão central de sua inquietação como algo maior do que os fatos nacionais ou só Latino-Americanos. Habermas já advertia sobre a simbiose entre direitos humanos e democracia. Não obstantes os múltiplos conceitos e facetas do conceito democrático, o que se sabe, é que os diretos humanos, para sua existência e expansão, demandam ambiente radicalmente plural e, por tanto, democrático. ... Sua conclusão ilumina a questão central: Tendo a gramática dos direitos humanos a função de impor uma ética coletiva na vivência humano, que supere o individualismo e suas premissas, seu problema maior não é jurídico: é de educação para a cidadania! ... Recomendo a leitura, pois no texto encontram-se elementos suficientes para que o debate siga. Debate essencial não só para manutenção dos direitos humanos desde uma perspectiva jurídica, mas e sobretudo, para a consolidação da ética coletiva trazida por suas premissas, essenciais para a não desaparição da espécie humana.
Trecho do prefácio de Renata Alvares Gaspar Doutora em Direito Internacional pela Universidade de Salamanca Espanha. Bolsista CNPq de pós-doutorado no PPGD da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professora Adjunta I do Curso de Relações Internacionais da ESPM/SP. Membro da ASADIP e da ABDI. Líder do Grupo de Estudos Direito, Globalização e Cidadania. Sócia da Massarente Gaspar Advocacia.