A escola é um problema filosófico? Sim, porque a filosofia, notadamente a da educação, tem o que dizer sobre a formação humana, o ensino e até mesmo sobre a gestão escolar. Em nome dessa aproximação da filosofia à escola promovida pela Sofie (Sociedade Brasileira de Filosofia da Educação) em seu III Congresso em 2018, estamos publicando o díptico A escola: uma questão pública e A escola: problema filosófico. Os volumes 1 e 2 devem ser lidos como foram construídos: como um grande livro pensado para gerar um debate sobre o lugar e o papel da escola no Brasil atual. Claro que a problemática escolar não será resolvida pela filosofia exclusivamente, mas ela clama por um aporte filosófico. A filosofia da educação produzida no Brasil, em sua multiplicidade de referenciais, de temáticas, de perspectivas teóricas, em muito pode contribuir para pensar tais problemas. Problematizar a escola, habitar, de dentro, esse campo problemático: eis uma tarefa para os filósofos da educação. Com isso em mente, a SOFIE [Sociedade Brasileira de Filosofia da Educação] convocou o campo para debruçar-se, em seu III Congresso, sobre o tema: “Escola: problema filosófico”, buscando os desdobramentos possíveis da problemática, pensando não apenas a instituição, mas também suas políticas, seus atores (professores, estudantes), seus projetos, seus sentidos. A partir das conferências e mesas-redondas, foi organizado o díptico “Escola: problema filosófico”, sendo este seu segundo volume, A escola: problema filosófico. São onze capítulos, escritos por filósofos(as) da educação de várias universidades brasileiras. Todos(as) se debruçam sobre as relações da escola com a formação, focando seu sentido; pensam as políticas da escola, procurando compreender como a instituição se insere no mundo contemporâneo e pode reagir a ele; por fim, dedicam-se a pensar alguns dos problemas da escola, em diferentes dimensões e perspectivas teóricas. Temos aqui, então, o modo como a filosofia da educação pensa a instituição escolar brasileira. Somos, assim, convidados a pensar, a problematizar, a deixar de habitar a escola como meros espectadores, tornando-nos agentes de sua construção cotidiana.