Neste livro apresenta-se a pesquisa de mestrado desenvolvida entre os anos de 2001 e 2004 na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp/FCL/Araraquara), na qual se analisou as narrativas produzidas sobre a escola em um programa humorístico da televisão. Os meios de comunicação se tornaram instrumentos privilegiados de penetração cultural, transmissão de valores, ideologias e narrativas diversas carregadas de bens simbólicos sobre os mais variados temas, incluindo a escola e o seu ensino. O conceito de cultura adotado se deu na perspectiva de Raymond Willians (1969; 1979; 1992) como sendo todo um modo de vida, de luta e construção do social expressos sob as mais variadas formas - imagens, crenças, arte, trabalho, produtos culturais etc. Já a expressão “cultura da mídia” foi dada por Kellner (2001) e refere-se ao domínio que tem exercido sobre os indivíduos produzindo neles modos de ser, fazer, sentir, desejar e ver o mundo, fazendo com que as vivências humanas se deem através das lentes da mídia. Desde a chamada “era de ouro” do Rádio brasileiro (1930-1950), a escola tem sido tema recorrente nas narrativas humorísticas em diferentes veículos de comunicação. Ancoradas no senso comum social, são representações que transformam a escola em espetáculo para o entretenimento. O estudo se mostrou relevante para a compreensão das inter-relações entre os campos da cultura e mídia, educação e comunicação por meio da análise dos produtos culturais inscritos nas vicissitudes da sociedade e da história contemporânea reproduzindo discursos encravados nos conflitos e lutas fundamentais de cada época.