O livro A estrutura da pessoa humana provém de um curso ministrado por Edith Stein entre 1932-1933, e coloca os princípios de uma filosofia da educação. A sua questão fundamental é: o que é o ser humano? Como deveria ser formado, para desenvolver plenamente a sua natureza e alcançar a finalidade da sua vida?
Toda pedagogia se baseia em uma visão do ser humano. Edith Stein analisa três visões predominantes na sua época: o idealismo, a psicologia profunda e o existencialismo, e realiza uma crítica a estas três visões a partir da metafísica cristã, procurando demonstrar a importância da dimensão do espírito. Na esteira de São Tomás, quer harmonizar filosofia e teologia, estabelecendo um diálogo entre a filosofia escolástica e a fenomenologia.
Corpo, alma e espírito constituem, segundo a filósofa, uma unidade substancial. Ao contrário dos puros espíritos, a alma está ligada a um corpo, do qual necessita para extrair sua força e constituir a própria pessoa, para formar a si mesma. Essa é a dimensão essencial da pessoa: um “eu”, um centro diretor que não pode ser objetificado, e que se serve do próprio corpo para formar um “si”.
A pessoa, no seu ponto mais elevado, se define pela sua relação com Deus. Sendo esta a referência mais importante da pessoa, o educador deve colocar-se como instrumento para a ação de Deus.
Numa época em que a própria natureza humana é dissolvida pela filosofia, e não se reconhece mais a existência de uma natureza especificamente humana; em um contexto em que a crise da educação condena milhões de pessoas à desorientação e a uma existência frustrada, a edição de A estrutura da pessoa humana se coloca como um esforço para auxiliar a compreender o que é o ser humano e contribuir, a partir desta imagem, a restaurar uma educação que dê sentido à vida humana.