O culto de Òrúnmìlà-Ifá é originário da África Ocidental, especificamente na Nigéria. Para tanto, buscou-se entender a cultura yorubana, um pouco da sua história e suas características, com vistas à compreensão da Filosofia de Òrúnmìlà-Ifá, pois é fundamental a análise interpretativa da cosmovisão dos Yorùbá. A cosmogonia constitui-se de um sistema estruturado hierarquicamente a partir de um Ser Supremo, denominado Òlódùmarè, arqui-divindades, ancestrais, fenômenos da natureza e orisá. A cidade sagrada, Ilé-Ifé, é considerada a origem da humanidade pelos Yorùba e seguidores desta filosofia. A formação de iniciados em Òrúnmìlà-Ifá exige cerimônias diversas e ritos de passagem, bem como conhecimento da Língua Yorùbá e os estudos perduram por toda a vida do iniciado. Òrúnmìlà-Ifá é a divindade oracular detentora da sabedoria, que altera o dia da morte, com trânsito entre o òrun e o aiyé, isto é, o céu e a terra, encarregado de organizar e ordenar o mundo nos caminhos do bem. Destaca-se nesta cultura a ancestralidade, sendo o ancestral uma pessoa ou entidade reverenciada por suas virtudes e ensinamentos éticos e morais. Os Yorùbá respeitam e obedecem aos anciões e às anciãs, cujos valores são passados, oralmente, de geração em geração, formando um ideário de princípios voltados para a formação do bom caráter (Ìwàpèlè), da convivência harmoniosa e de respeito ao outro, aos animais e à natureza. Com a diáspora dos africanos, o Culto de Òrúnmìlà-Ifá (e outros cultos) foi e é difundido em diversos países, inclusive o Brasil. Também, apresenta uma filosofia própria, que leva as pessoas a formarem a consciência de si, e que dirige a vida social e espiritual da comunidade. A UNESCO declarou na Conferência Mundial de 2005 e proclamado em 2006 o Culto de Òrúnmìlà-Ifá como Patrimônio Imaterial da Herança Oral Intangível da Humanidade.