“De todos os meios por empregar para instruir as crianças, para formar-lhes os costumes, o mais simples, o mais fácil, o mais eficaz, é pôr-lhes diante dos olhos, os exemplos das coisas que quiserdes fazê-las praticar, ou evitar. Não há palavras, por fortes que sejam, que lhes dêem a idéia das virtudes e dos vícios tão bem como o farão as ações dos outros homens que lhes apresentam a imagem de umas e de outros. Nada penetra o espírito dos homens tão docemente, tão profundamente, quanto o exemplo”.E, pois, que o valor do valer magistral consiste, sobretudo, em seu caráter espetacular, o único capaz de tornar exemplar esse valer, é natural que os pais tenham sido sempre propensos a apreciar no educador, e principalmente a pedir-lhe, aquilo que, no valer, é mais espetacular (ainda quando seu valor moral seja mínimo, ou apenas inferido). Se lhe recomendaram quanto se reúne sob o nome de dignidade da função: apresentação correta (e até especializada, em tempos ainda próximos), fisionomia grave, conversação séria, comportamento regular sem arrebatamento nem aspereza etc., foi, sem dúvida, para inspirar e manter o respeito entre os alunos, mas foi, igualmente, para incitá-los, por imitação, a ter, ao menos em classe, aspecto não negligenciado e atitude correta, e não introduzir, em classe, acostumada alacridade, e a ter, em classe, conduta regular e igual. Se se quer afastar o educador do desasseio, da grosseria de linguagem, da embriaguez, é porque esses vícios, máxime os dois primeiros, são dos que facilmente se imitam.