Imaginação não é coisa de criança: é uma faculdade inerente a todo ser humano. Ao fechar os olhos, percebemos a força desse fluxo de imagens, tão constante quanto nossa respiração. Chamada de “a louca da casa”, por sua autonomia, trata-se da faculdade humana responsável por absorver os dados dos sentidos e articulá-los em um mundo coerente. Para além do círculo da experiência imediata, existe uma variedade de outras dimensões possíveis, ocupando o território imensurável entre o infinito e o finito, a eternidade e o instante que passa. É nesse território em que um rico universo de referências imaginativas fornece um repertório efetivo para compreender nossas situações e pessoas, vislumbrar possibilidades de ação e expressar nossas ideias e experiências. É, porém, possível educar a imaginação? Como formar adequadamente o próprio imaginário? Pode ser direcionada a formação? Qual a relação entre imaginação e memória, imaginário e personalidade? Pode a literatura amadurecer nossa visão da realidade? E mais importante: ajuda isso tudo a pensar com mais clareza, a perceber com mais sensibilidade ou a viver melhor? São essas as questões exploradas por Francisco Escorsim, Lorena Miranda Cutlak, Roberto Mallet e Ronald Robson, junto aos ensaios “Imaginação e unidade do real” e “Contemplação amorosa” de Olavo de Carvalho. Sem o desenvolvimento do imaginário e da linguagem, ficamos sem a garantia e o fundamento da validade de nosso conhecimento. Afinal, como observou Olavo de Carvalho, tudo o que escapa aos limites do seu imaginário será, para você, perfeitamente inexistente.