A direção espiritual dos intelectuais é uma das questões mais difíceis e mais importantes da cura das almas; segundo o Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique, é esse o problema principal.
À primeira vista, talvez pareça exagero dedicar à direção espiritual dos jovens estudantes uma obra extensa como esta. Contudo, porque não se vergam os troncos velhos, é na educação dos jovens segundo o amor de Jesus Cristo que se apoia toda a nossa esperança nos futuros homens mais profundamente religiosos que os de nossos dias. De outro lado, os meios que aqui aconselhamos, podem, em grande parte, aproveitar-se também na direção espiritual dos homens feitos; como, por exemplo, os capítulos que tratam do Culto dos Santos, da Confissão, da Comunhão…
Em nossas disquisições, visamos principalmente a juventude masculina. E não sem razão. Pois um dos motivos é ter-se feito até o presente muito mais pela direção das mulheres do que pela dos homens; outro motivo é encontrar-se justamente na conquista dos intelectuais para a religião o caminho mais natural para se alcançar o ressurgimento religioso da vida familiar e social...
É teoricamente claro que o principal defeito do nosso ensino religioso está no culto do intelectualismo, incapaz de aquecer a vontade e cultivar o coração para frutos nobilitantes. Se é certo que às vezes é pelo materialismo didático que se vê paralisado o resultado do ensino religioso, então, também praticamente nos é lícito podar os rebentos supérfluos e nocivos, determinando para o futuro um papel mais importante ao desenvolvimento da vontade e dos sentimentos, campo até agora tão abandonado.
Hoje, quando parece tão cruelmente realizado o que do intelectualismo e do povo enfraquecido disse um homem célebre, com todo o direito podemos repetir o que versejou o poeta italiano Giusti:
“Escrever um livro é menos que nada, se o livro não for para tornar melhor o indivíduo”.
Nosso ideal é uma educação viva, uma educação que não perca de vista a vida mesma, que forme a