No ano em que se comemoram o bicentenário de nascimento de Charles Darwin e os 150 anos da publicação de seu mais importante trabalho, A origem das espécies, o debate entre criacionismo e evolucionismo ganha novo fôlego, acendendo as discussões entre especialistas, a mídia e o meio acadêmico. Pesquisador destacado numa área de ponta da ciência contemporânea, a bioinformática, Sandro de Souza faz sua estréia na divulgação científica com A GOLEADA DE DARWIN, no qual fornece ao público brasileiro uma deliciosa introdução ao rico e controverso debate entre as duas correntes. Logo de cara, o biólogo-escritor enfrenta o tema espinhudo das relações entre pesquisa e religião, e mostra como, se fizermos uma analogia com uma partida de futebol, Darwin está ganhando de goleada. No último século, o tema ganhou consistência nos Estados Unidos e muito do debate vem sendo construído nas cortes judiciais daquele país. No Brasil, movimentos criacionistas começam a se organizar de forma sistemática e não coincidentemente figuras políticas públicas começam a se manifestar a favor do ensino do criacionismo nas escolas públicas brasileiras, muitas vezes substituindo o evolucionismo. Num mundo em que as conquistas científicas e o progresso tecnológico avançam rapidamente de forma sem precedentes na história da humanidade, Sandro questiona por que grande parte da população ainda rejeita as descobertas científicas dos últimos 150 anos a respeito da evolução dos organismos vivos e acredita que o homem foi criado por Deus nos últimos 10 mil anos. Diante desse cenário e dos resultados de uma pesquisa nacional de 2007 promovida pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em colaboração com a Academia Brasileira de Ciências, que revelam que os brasileiros se interessam muito mais pela religião do que pela ciência, embora uma parcela significativa da população identifique nos cientistas uma fonte confiável de informação, Sandro se pergunta se a comunidade científica brasileira estaria exercendo de forma eficiente o seu papel de divulgadora de ciência e fomentadora de uma valorização da tecnologia. O autor escreve para o público leigo e expõe de modo interessante e compreensível como funciona a ciência natural, comprovando por que os resultados e as explicações obtidos por meio do método de Darwin figuram entre os conhecimentos mais confiáveis de que podemos dispor. Em dez capítulos, ele faz uma introdução ao Darwinismo e seu impacto nas ciências, e ao criacionismo com suas vertentes; aborda a vida e trajetória de Charles Robert Darwin e o que chama de seus grandes gols, além de enfatizar alguns pontos sobre a separação entre ciência e religião.