A fé cristã é uma fé política, social e pessoal; sua missão não termina no indivíduo, mas no mundo todo, que deve ser conduzido em sujeição à vontade do Senhor Jesus Cristo. A fim de ganhar o mundo para Cristo, devemos tomar a Grande Comissão a sério: trata-se da comissão de trazer as nações da terra sob a disciplina de Jesus Cristo — não só por meio da pregação do evangelho da salvação pessoal mediante a fé em Cristo, mas também mediante o batismo das nações e do ensino da lei de Deus. A visão contemporânea dominante da fé cristã como uma fé subjetiva, particular e devocional tem levado à ruína a Grande Comissão, i.e., ao descomissionamento das nações como nações cristãs. Esse entendimento moderno da fé contrasta de modo gritante com o conceito da fé apresentado na Escritura e aceito como ortodoxo pelas gerações anteriores. Até pouco tempo a igreja proclamava, e os cristãos acreditavam, que a fé cristã era uma verdade pública; a verdade pública era a religião. Contudo, muitos cristãos hoje negam que o cristianismo seja uma religião. E deve-se reconhecer que, para essas pessoas, o cristianismo não é uma religião. Trata-se apenas de um hobby de adoração. Mas ao negar que o cristianismo seja uma religião os cristãos involuntariamente lhe negam o status de verdade pública, com consequências horrendas para a vida da nação. A Bíblia não apresenta a fé em termos de um hobby de adoração pessoal, mas sim como uma religião que sobrepuja e transforma o mundo. O propósito da fé cristã não é apenas transformar a vida pessoal do crente e torná-lo mais santo. Ela objetiva glorificar a Deus mediante a transformação do mundo, ao colocá-lo sob a disciplina de Jesus Cristo e de sua Palavra.