Após fugir de seu destino como futura Profetisa dos Dignos, Astrid Blomer se depara com a angustiante aventura de descobrir a si mesma. Mais do que isso, adentrar em um grupo de jovens da resistência faz com que ela mesma tenha sonhos e pense em uma rebelião. Antes de tudo, porém, precisam atravessar a Amazônia atrás de esperança e de um velho lar, buscando reencontrar um antigo mestre recluso e atormentado a portar consigo conhecimentos indispensáveis para tempos de guerra, segredos sobre como alcançar a paz. Astrid se vê diante de mentes assombradas, terras devastadas, resistências domadas, calor colossal, muita fome e miséria, perseguições brutais e perigos assombrosos. No entanto, em meio a tudo isso, vê ainda a fé a persistir nos olhos de jovens tão marcados pela guerra, ainda mais na figura de um novo aliado, a nova voz dos Sujos, ao mesmo tempo em que confiar em todos parece difícil para si.
Embora o mundo seja cruel e haja sangue por toda parte, há aquela fé contrária à barbárie dos Dignos sobre o qual o pai de Heitor, Tober, narrava em seus contos e cantos. Algo sobre amor e tolerância, sobre recolher-se num eterno abraço do divino, um laço de esperança com o transcendente. Astrid se sente mais próxima da fé secreta de Tober do que daquela a vê-la como a sua própria Profetisa. A aventura com os seus amigos a aproxima de si mesma, ainda que, em alguns momentos, tudo o que consiga vislumbrar seja a própria loucura e desesperança.