As revoluções são fenômenos absolutamente imprevisíveis.Nem o mais grande dos sábios teria ousado prever o desfechodo movimento revolucionário deflagrado por Mateo Doran e seus companheiros naquele ano de 72 d.C. Exumados dos esgotos da cidade, seres humanos aviltados desde o nascimento, condenados a viver curvados em ambientes escuros e inóspitos a disputar a escassa comida com ratos e baratas, foram capazes de se erguer diante dos exércitos da opressão. Esta saga inacreditável vem contada neste volume pela magistral pena de Daniel Asthatides que dedicou dez anos da sua vida a rastrear depoimentos, consultar velhos livros e recuperar em arquivos bolorentos fragmentos de documentos que mostrassem a verdadeira história da Grand Revoluzón. Munidos de uma imensa indignação contra a opressão e de uma santa ira, uma dúzia de líderes, conduzindo uma massa de desvalidos desarmados, logrou fazer a mais improvável revolução de todos os tempos. Saídos dos esgotos, homens, mulheres, crianças e velhos, de mãos nuas, derrotaram poderosos exércitos de matadores profissionais. Neste volume, narra-se o surgimento da Grand Serpiente, a constituição do Cidadanos Libres en Armas e a construção de um movimento em defesa da liberdade. Homens e mulheres sem nenhuma instrução, acossados pela fome e pela miséria, mas tocados pela indignação, foram capazes de construir um novo mundo com base em princípios de Paz, Justiça e Liberdade. Heróis vestidos em panos de estopa, descalços e sujos de lama não são usuais nas narrativas épicas da Humanidade. No entanto, eles são necessários para nos mostrar que a liberdade e a democracia não se garantem pelos punhos de renda dos senhores bem nascidos, mas pela vontade e pela verdade do povo.