A investigação , a cena da ausência , o eu de método , a história com nós são algumas das expressões presentes nas obras mais recentes de Ivan Jablonka. Como escrever a filiação no momento em que os últimos sobreviventes desaparecem? Como historicizar o historiador? Como dizer o desamparo (tanto dos pais quanto dos filhos)? É possível dar voz aos que estão à margem da sociedade? Estas questões exigem formas especí ficas. Na continuidade dos historiadores Paul Veyne e Michel de Certeau, o autor cartografa e explora formas textuais em ciências sociais, campo que se caracteriza por escritas do real . No entanto, realça que nem toda história é um romance verdadeiro , e nem toda literatura é romance. Partindo desse projeto, estudou principalmente o trabalho da assistência social francesa e da história de mulheres (sua avó Idesa Jablonka, comunista e assassinada em Auschwitz, a jovem érèse e a imigração forçada que a conduz à loucura, a jovem Laëtitia e seu corpo desmembrado). Assim, o leitor se depara com ensaios, romances e o chamado terceiro continente : os textos- pesquisa , novas formas que emergem com cada investigação, pois a reconciliação entre pesquisa cientí fica e literatura se faz, segundo o autor, pela investigação de novas formas. As pistas são exploradas e podem ser aprofundadas ou abandonadas em função de uma única necessidade: um dizer verdadeiro.