Com esse trabalho exponho o processo pelo qual passou a Igreja Católica ao voltar-se para a sociedade, comprometendo-se com os mais pobres, com sua organização, ao mesmo tempo em que refletia sua ação evangelizadora. Essa reflexão mudou a práxis política de religiosos e leigos que passaram a ver a Igreja como instrumento de mudança social e político. Relevo o papel dos segmentos populares que sofrem a ação da Igreja, mas que exercem, sobre ela, um papel crítico, que a contamina, fazendo-a rever posições e definir ações mais pertinentes com a realidade dos segmentos populares. É a Igreja dos pobres, como bem define a Teologia da Libertação, que cria as Comunidades Eclesiais de Base. Estas são espaços de encontro, de inserção social e político. Crateús é uma demonstração clara desse novo papel da Igreja, de uma Igreja que se coloca aberta à fala do povo. São as CEBs espaços de educação política que ainda hoje repercute na ação dos segmentos populares. A pesquisa que resultou nesse trabalho foi fruto do contato direto com trabalhadores cebianos, com padres, religiosas, agentes de pastoral e sindicalistas. Foram realizadas entrevistas individuais e coletivas, análise de documentos escritos, da participação em reuniões e visitas a instituições vinculadas as CEBs.