De uma família de ilustres cientistas na Hungria, o químico Michael Polanyi (1891-1976) experimentou em primeira mão os horrores do totalitarismo e das duas guerras mundiais (serviu como médico do exército austro-húngaro na primeira), o que determinou em parte a sua contestação a qualquer modelo social centralizado e planificado de maneira supostamente científica. O interesse de Polanyi pela vida política na Europa se intensificou nos anos 30, quando a civilização tremia ante as ameaças do futuro, e se consolidou nos anos 40, quando os europeus passaram a olhar melancolicamente para o passado. Os ensaios reunidos em A lógica da liberdade (1951) representam os esforços renovados do autor “para esclarecer a posição da liberdade em resposta a diversas questões levantadas por nosso conturbado período da História”. Polanyi combatia a visão instrumentalista e pragmática da ciência então em voga, por acreditar que ela ameaçava a liberdade pública e perdia de vista os mistérios da existência. Essa relação entre a ciência e liberdade, entre a ideologia e a pesquisa, é o ponto de partida dessa obra e da correspondência que Polanyi manteve com economistas e intelectuais como F. A. Hayek, John Maynard Keynes e T. S. Eliot. Introdução: Stuart D. Warner. Tradução: Joubert de Oliveira Brízida